15/09/22
Muitos são os indícios de uma ineficiente gestão do mix de produtos. Uma simples observação das gôndolas pode revelar instantaneamente que determinadas categorias de produtos sofrem de excesso de marcas. O mais comum é, ao analisar e classificar as categorias pela curva ABCD de vendas, encontramos excessos de marcas em categorias que estão compondo as curvas C e D do ranking de vendas. O recomendado é que estas categorias que estão nas curvas C e D o supermercado priorize a amplitude adequada e não a profundidade (número de marcas). Aqui o supermercado precisa avaliar se precisa ter em seu mix de produtos determinadas categorias que vendem menos, mas não necessariamente precisa disponibilizar opções de marcas, tipos e tamanhos para seus clientes.
De forma oposta, algumas categorias que compõem as curvas A e B podem sofrer de deficiência de produtos tendo em vista quantidade de marcas insuficientes, ausência de tamanhos e tipos específicos que constroem um mix ideal de produtos e que dão a impressão para os consumidores que o supermercado oferece um bom sortimento de produtos. São nas categorias de produtos que estão nas curvas A e B que o consumidor quer comparar e poder decidir dentre as opções de marcas, preços, tamanhos e variedades a melhor opção de acordo com seus objetivos de compras.
Mas, para que se possa identificar se o supermercado precisa melhorar a gestão de mix de produtos, baseado em dados histórico de vendas do próprio supermercado, as análises que devem ser feitas com as informações extraídas do software (ERP) da empresa são:
Existe uma quantidade ideal de marcas para as categorias de acordo com sua classificação na curva ABCD de vendas. Como dissemos anteriormente, categorias das curvas A e B precisam ter mais marcas ao passo que categorias que compõem as curvas C e D menos marcas.
Abaixo a tabela com a recomendação de marcas por curva ABCD:
CURVA |
NÚMERO DE MARCAS |
A |
4 A 5 |
B |
3 A 4 |
C |
2 A 3 |
D |
|
2. Avaliar a concentração de produtos no último 1% da venda.
É comum encontrar cerca de 30% do mix em SKUs (quantidade de itens) representando apenas 1% da venda. Para fazer esta medição, basta extrair do ERP a venda consolidada de produtos dos últimos 90 dias. Crie uma coluna e definas as curvas ABCD de vendas, seguindo o seguinte Critério:
Feito isto, concentre-se na curva D, mais precisamente nos produtos que vão representar o 1% final de sua venda, ou seja, após excluído 99% da sua venda do trimestre, concentre-se em analisar a composição dos produtos que ficaram restando e que representam 1% da venda que está faltando.
O que pode acontecer é que cerca de 30% ou mais do mix de produtos estarem compondo este 1% da venda. Ou seja, se a loja tem 5000 itens, 1500 poderão estar neste 1% da venda, sendo que, mesmo sendo o supermercado um modelo de varejo que deve visa oferecer comodidade via disponibilidade de uma gama ampla de produtos, este índice final deve estar entre 12 e 15% do mix representando 1% da venda.
Por fim, outros dados alarmantes deste índice que comprova a necessidade de realizar um trabalho de gestão do mix é que, estes mesmos 30% do mix que representam 1% da “pior” venda, representam em média cerca de 15% do estoque da loja e certamente muito mais que 1% do espaço em gôndolas!!! Ou seja, a ineficiência da gestão do mix tem outras consequências danosas para os resultados da loja.